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quinta-feira, 9 de julho de 2015

LANÇAMENTO DO LIVRO "O FAROL DA SOLIDÃO" SERÁ LANÇADO DIA 22 DE JULHO

O livro O FAROL DA SOLIDÃO de Alcy Cheuiche será lançado no próximo dia 22 de julho, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, às 19 horas. Na ocasião, acontecerá a palestra " O processo de criação do livro O Farol da Solidão", momento em que o autor falará sobre o livro e  também sobre a vida do Deputado Carlos Santos, que serve de pano de fundo para o desenvolvimento da narrativa. 
 



O Farol da Solidão é a história de um homem que tenta se isolar de todos, mas a vida vem buscá-lo — resume o escritor, que foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 2006.
O isolado é Carmelo, juiz que, depois da morte da mulher, decide se afastar do convívio humano no Farol da Solidão, no litoral de Mostardas, em 2004 — na ficção, o farol estaria abandonado. Além disso, o personagem se ressente por acreditar que não consegue se alçar ao cargo de desembargador por ser negro, sendo vítima de preconceito.
Com a chegada da temporada de aves migratórias da Lagoa do Peixe, próxima ao farol, a vida do magistrado, que beira os 60 anos, volta a se movimentar, principalmente quando a ação de elementos para afugentar os pássaros começa a levantar suspeitas.
A dimensão histórica do romance se dá quando Carmelo começa a escrever um livro sobre a vida do deputado Carlos Santos, cuja carreira foi uma grande inspiração. Como introdução ao relato, ele ainda narra a Questão Christie, uma das principais contendas diplomáticas na qual o Brasil se envolveu, e que teve como episódio central o naufrágio de um navio inglês na faixa litorânea do Estado. O leitor acompanha os temas ao mesmo tempo em que vê o desenvolvimento de Carmelo como escritor. No livro, o ilustrado protagonista Carmelo, que teria feito sua tese de doutorado sobre a Questão Christie, conta a história cruzando-a com a vida de um antepassado de Carlos Santos, cuja biografia tenta escrever.

O deputado Carlos Santos


O deputado marcou a história ao ser o primeiro negro eleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, comandando o Estado na ausência do governador. Na narrativa de Cheuiche, Santos é uma das grandes inspirações da trajetória do protagonista Carmelo, juiz que viveu diferentes episódios de preconceito por ser também negro. Isolado no litoral gaúcho, o magistrado começa a escrever a história do deputado. Filho de uma professora de música e de um carpinteiro, Santos perdeu o pai com poucos meses de vida e deixou os estudos muito cedo para trabalhar em um estaleiro naval. Envolveu-se com o movimento sindical e foi eleito pela primeira vez deputado em 1935. Mais tarde, retomou os estudos e bacharelou-se em Direito.
Seguiu uma carreira política marcada pela defesa dos trabalhadores e de crianças abandonadas. Morreu em 1989, aos 84 anos.
 

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