Por Esther Louro/Jornal Agora
Gestor da Pasta desde 2015, Ricardo Freitas, além de ser artista plástico e
cartunista, possui formação em gestão pública. Funcionário público há mais de
30 anos, vinculado à Corsan, Freitas está cedido à Prefeitura Municipal do Rio
Grande e pretende dar continuidade a projetos importantes que tiveram início
nos anos anteriores e colocar em prática alguns que ainda não saíram do papel.
Para o gestor, é preciso reconhecer três dimensões culturais: simbólica,
através de suas manifestações e segmentos artísticos; econômica, fazendo gerar
renda para os ativistas culturais; e cidadã, promovendo a inclusão social. A
cultura, para Freitas, é um agente transformador na vida das pessoas.“A cultura deve ser para todos, é com ela que nos tornamos donos de nós
mesmos, compreendemos melhor o mundo e o outro. A cultura é transformadora da
vida das pessoas e só faz sentido se isso funcionar para todos, então, é nisto
que trabalhamos, na ampliação da cultura para todos, na democratização da
cultura [...] quanto mais cultura, mais cidadania”, disse.
VERÃO CULTURAL
A edição de 2017 está em pleno vapor no balneário Cassino e englobou
atividades diversas, como: shows no Multipalco, Quitanda Cultural, Arte em
trânsito, Ondas da Leitura, Feira do Livro da Furg, Festival de Esculturas em
Areia, Caravana da Cultura, Festival de Pipas e Pandorgas, Exposição
Fotográfica no Partage Shopping e Exposição de Esculturas em Madeira no Horto
Municipal.
SISTEMA MUNICIPAL DE CULTURA
Segundo o gestor, a Secult está debruçada em um projeto que precisa ter
prosseguimento, para que novas portas se abram: a aprovação da Lei que cria o
Sistema Municipal da Cultura. Com a Lei, o órgão gestor da Cultura poderá
executar programas de formação e disponibilizar editais, para que sejam
apresentados projetos que possam ser potencializados pelo Proarte (Programa
Municipal de Fomento e Incentivo à Arte e Cultura). “Nossa ideia é fazer editais que façam circular a cultura por diversos
coletivos culturais. Desta forma, o protagonismo passa a ser dos coletivos, se
tudo der certo serão cerca de 20 projetos por ano”, adiantou Freitas.
Com o Proarte, os interessados poderão apresentar os projetos e, se aprovados,
devem executá-lo e após realizar a prestação de contas. Para isso, Freitas
ressalta que a Secult fará oficinas sobre elaboração de projetos e também sobre
prestação de contas. Outro fato importante é a necessidade da criação do Sistema Municipal de
Cultura, para que se consiga recursos diretamente com o Fundo Nacional de
Cultura, perante a volátil existência do Ministério da Cultura.“Assim, poderemos universalizar cada vez mais a cultura, descentralizando os
pontos culturais, pois cada região tem sua cultura local e, com o Sistema
aprovado, poderemos pôr em nível de igualdade todos os bens culturais, atendendo
às diversidades e valorizando o artista local”, ressaltou Freitas.
O Projeto de Lei do Sistema cria e renova as seguintes instâncias e
instrumentos de gestão: Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC);
Conferência Municipal de Cultura (CMC); Plano Municipal de Cultura; Sistema
Municipal de Financiamento da Cultura (através do Fundo Municipal de Cultura);
e, Sistema Municipal de Informações e Indicadores Culturais. Ainda, dentro da Lei do Sistema Municipal, muda a composição do
Conselho, em que serão 20 membros titulares, com a seguinte composição: 7
membros titulares e respectivos suplentes, representando o Poder Público e 13
membros titulares e respectivos suplentes, representando a sociedade civil,
através de setores distintos.
PROJETOS
Segundo Freitas muitos projetos que já são executados serão fortalecidos
e repetidos neste ano, entre eles: Quitanda Cultural, Salão Nacional do Humor
do Rio Grande, Salão de Artes Visuais, Atelier Livre, Flautas Mágicas (a
primeira edição foi chamada de Orquestra de Flautas Castelo do Sol), Flirg e
Revsta Mais Cultura. Ainda, existem projetos que não foram colocados em prática, como o
Memória dos Bairros, que pretende contar as histórias dos bairros e o Pescador
da Cultura, que pretende enfocar a ligação dos pescadores e do mar, através da
contação de histórias e da valorização da cultura do pescador, da feitura das
redes e etc.
CASARÃO DA VITORINO
O casarão da rua Vitorino nº 666 foi adquirido pelo Executivo Municipal
– com uma entrada oriunda do Fundo Municipal do Patrimônio Histórico – e
abrigará primeiramente a Secult e os Conselhos que estão sob a tutela da
Cultura, como o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico do Município do Rio
Grande, que foi o doador do valor necessário para a entrada do imóvel.
A Secult será a primeira a ocupar o Casarão da Vitorino, mas, segundo
Freitas, quando a SMEd desocupar o Sobrado dos Azulejos, a Secult deve retornar
para o seu antigo local. Mas, o gestor acredita que, mesmo após a saída da
parte técnica da Secult, o casarão deva continuar sendo ocupado por muita
cultura e, também, por setores como o Núcleo de Patrimônio Material e
Imaterial. Segundo o gestor, a Secretaria ainda aguarda a licitação e empenho para
execução das adequações necessárias para a instalação de rede de internet, para
então ocupar o local. Até lá, a Secretara funciona em salas do prédio, na
esquina da rua Cristóvão Colombo com a avenida Buarque de Macedo.