O Secretário da Cultura Ricardo Freitas esteve
reunido na última quarta-feira, dia 27/05 em Porto Alegre, com o escritor Alcy
Cheuiche, com a finalidade de convidá-lo para lançar o livro O Farol da Solidão
e realizar uma palestra sobre “O processo criativo do livro O Farol da Solidão”.
O autor aceitou imediatamente e agradeceu o convite, ficando a data a ser definida,
provavelmente para o mês de julho, devido a agenda do escritor.
Para o secretário Ricardo Freitas o livro tem muito
a ver com a nossa região e é um tributo ao Deputado Carlos Santos, um lutador
das causas sociais que superou enormes obstáculos e isso foi o elemento
motivador da nossa procura ao autor.
O Farol da
Solidão é a história de um homem que tenta se isolar de todos, mas a vida vem
buscá-lo — resume o escritor, que foi patrono da Feira do Livro de Porto Alegre
de 2006.
O isolado é
Carmelo, juiz que, depois da morte da mulher, decide se afastar do convívio
humano no Farol da Solidão, no litoral de Mostardas, em 2004 — na ficção, o
farol estaria abandonado. Além disso, o personagem se ressente por acreditar
que não consegue se alçar ao cargo de desembargador por ser negro, sendo vítima
de preconceito.
Com a chegada
da temporada de aves migratórias da Lagoa do Peixe, próxima ao farol, a vida do
magistrado, que beira os 60 anos, volta a se movimentar, principalmente quando
a ação de elementos para afugentar os pássaros começa a levantar suspeitas.
A dimensão
histórica do romance se dá quando Carmelo começa a escrever um livro sobre a
vida do deputado Carlos Santos, cuja carreira foi uma grande inspiração. Como
introdução ao relato, ele ainda narra a Questão Christie, uma das principais
contendas diplomáticas na qual o Brasil se envolveu, e que teve como episódio
central o naufrágio de um navio inglês na faixa litorânea do Estado. O leitor
acompanha os temas ao mesmo tempo em que vê o desenvolvimento de Carmelo como
escritor. No livro, o ilustrado protagonista Carmelo, que teria feito sua tese
de doutorado sobre a Questão Christie, conta a história cruzando-a com a vida
de um antepassado de Carlos Santos, cuja biografia tenta escrever.
O deputado
Carlos Santos
O deputado marcou a história ao ser o primeiro
negro eleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul,
comandando o Estado na ausência do governador. Na narrativa de Cheuiche, Santos
é uma das grandes inspirações da trajetória do protagonista Carmelo, juiz que
viveu diferentes episódios de preconceito por ser também negro. Isolado no
litoral gaúcho, o magistrado começa a escrever a história do deputado. Filho de
uma professora de música e de um carpinteiro, Santos perdeu o pai com poucos meses
de vida e deixou os estudos muito cedo para trabalhar em um estaleiro naval.
Envolveu-se com o movimento sindical e foi eleito pela primeira vez deputado em
1935. Mais tarde, retomou os estudos e bacharelou-se em Direito.
Seguiu uma carreira política marcada pela defesa
dos trabalhadores e de crianças abandonadas. Morreu em 1989, aos 84 anos.
"Faremos um bonito evento com lançamento do livro,sessão de autógrafos e uma cativante palestra,como é característica do autor e queremos participação da comunidade literária",conclui o secretário.
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