Após um período fechado para reformas, o Teatro Municipal do Rio Grande retomou o seu espaço na cena cultural rio-grandina. Mais amplo, seguro e confortável, o equipamento cultural vinculado à Secretaria de Município da Cultura está em pleno funcionamento, com atrações variadas para todos os públicos e preços populares.
Não há como não notar o intenso processo de revitalização realizado no interior do prédio. Quem retornou ao espaço público depois da reforma se deparou com um ambiente ainda mais agradável e propício aos grandes espetáculos. Para que isso acontecesse, ocorreu a troca de todo o forro, do carpete e a instalação de quatro novos ares-condicionados, com potência de 60 mil BTUS. Investimento, este, que visa maior conforto da plateia.
“Antes o forro era de madeira e tinha um gradeado que dispersava o som. Com a substituição, além do acréscimo na questão acústica, melhoramos a segurança do prédio como um todo, pois, tanto o novo forro quanto o carpete são antichamas”, destacou a diretora do Teatro, Jane Borguetti. Neste quesito, ela acrescenta que foram feitas ainda melhorias na sinalização do teatro, nova distribuição de extintores de incêndio e ampliação das saídas de emergência, bem como a instalação de detectores de fumaça. “Todo o aparato de segurança necessário, em caso de incêndio”, disse.
A capacidade do teatro também foi ampliada, de 335 para 370 lugares, com espaços acessíveis para pessoas com deficiência. E as melhorias não se restringem ao público, apenas. Pensando nos artistas que se apresentam no espaço cultural foram reformados os camarins, que agora contam com ar condicionado, frigobar, boa rede elétrica e banheiros.
Tudo isso têm refletido no público, que lotou a casa de espetáculos em diversas oportunidades neste ano. “Por muito tempo convivemos com uma espécie de preconceito, que atrelava o teatro à cultura elitizada. Recentemente, mesmo, recebemos o pessoal do rap, que fez uma ação muito interessante, de caráter beneficente, o Rap contra o Frio. Estamos trabalhando na tentativa de quebrar esse paradigma inserindo as artes cênicas no contexto social, sobretudo das nossas crianças e jovens, oriundas de diversos bairros da cidade e que integram a rede municipal de ensino”, avaliou Borguetti.
O TEATRO E A EXPANSÃO URBANA DA CIDADE
A construção do prédio do Teatro Municipal ocorreu em 1929 e coincide com uma verdadeira revolução urbana no município do Rio Grande, conforme destaca a diretora do teatro e arquiteta Jane Borguetti. Ela explica que o período em que a obra foi construída dialoga com o momento de expansão e consolidação do bairro Cidade Nova.
Segundo ela, duas obras corroboraram para este processo: as construções do Teatro Municipal e do Canalete da Major Carlos Pinto, projeto do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito. “Antes do início destas duas obras, que foram construídas quase que simultaneamente, a cidade estava concentrada na zona da Rheingantz, do União Fabril ou próxima das indústrias pesqueiras”, salienta.
O prédio, diz, remonta caraterísticas dos estilos Art decó e Art noveau, dois estilos europeus em evidência no período da construção. “Nosso teatro sempre foi pequeno, mais acanhado. Uma peculiaridade muito interessante, pois dialoga com os cine teatros, que por muito tempo ficaram desativados. Aliás, nossa cidade também foi precursora nesse tipo de espaço de cultura”, afirmou. “Fernanda Montenegro, Irene Ravache, José Wilker, Paulo Autran, só para citar alguns atores e atrizes, já pisaram no nosso palco. Não tenho dúvidas de que muita coisa boa ainda está por vir”, finaliza a diretora.
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