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quinta-feira, 12 de julho de 2018

VOCÊ ME CONHECE?





Barão de Itararé

Aparício Fernando de Brinkerhoff Torely, também conhecido por Aporely e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé, foi um jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro.
Aporely deveria ter nascido no Rio Grande, se não fosse um pedido de Dona Maria Amélia, ao final da gravidez, de ter seu filho junto aos pais, no Uruguai. No meio do caminho, uma roda da carroça quebrou e o parto acabou acontecendo ali mesmo, próximo de Jaguarão, no dia 29 de janeiro de 1895. Segundo o professor Luiz Henrique Torres, por este motivo, Rio Grande deixou de ser a terra natal do maior humorista brasileiro de todos os tempos”.
Foi batizado na cidade papareia em 23 de setembro de 1896.
Em 1925, já residindo no Rio de Janeiro, entra para O Globo de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporely foi convidado por Mário Rodrigues (pai de Nelson Rodrigues) a ser colaborador do jornal A Manhã. Neste mesmo ano criou o semanário que viria a se tornar o maior e mais popular jornal de humor da história do Brasil. Bem ao seu estilo de paródias, o novo jornal da capital federal tinha o nome de A Manha, e usava a mesma tipologia do jornal em que Aparício trabalhava, sem o til, fazendo toda diferença, que era reforçada com a frase ladeando o título: "Quem não chora, não mama". Para estreia tão libertadora, Aporely não perdeu a data de 13 de maio de 1926. A Manha logo virou independente.
Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em Itararé, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito.  Em referência ao combate que nunca existiu, Aparício confere a si próprio o título de Barão de Itararé.
Em 1934 filiou-se ao Partido Comunista e foi eleito vereador, mas o partido foi colocado na ilegalidade em 1935. Preso e surrado por policiais diversas vezes, em certa ocasião, integralistas o levaram para o Alto da Boa Vista, na Tijuca, e o espancaram com voracidade largando-o só de cuecas e cabeça raspada à navalha. Ficou alguns dias de cama, mas quando retornou a atividade do Jornal do Povo, mandou trocar a placa da porta de entrada de sua sala que dizia ‘Bata antes de entrar’,  por outra: ‘Entre sem bater’.
Foi candidato em 1947 a vereador do Distrito Federal, com o lema "Mais leite! Mais água! Mas menos água no leite!", sendo eleito com 3669 votos, o oitavo mais votado do PCB, que conquistou 18 das 50 cadeiras. Porém, em janeiro de 1948, seus vereadores foram cassados: "Um dia é da caça... os outros da cassação", anunciou A Manha.
Aporely foi encontrado morto em seu apartamento, no Rio de Janeiro, em 27 de novembro de 1971. O laudo apontou arteriosclerose, com uremia e coma diabética.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Bar%C3%A3o_de_Itarar%C3%A9

Para saber mais...

Neves, Décio Vignoli das Neves. Vultos do Rio Grande. 2º Tomo. Caxias do Sul: Gráfica da UCS. 1987.
Torres, Luiz Henrique. O Barão de Itararé. Jornal Agora/Caderno Peixeiro/Memória & História. 27/12/2007.



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