Carlos
Santos
Carlos da Silva Santos
nasceu no Rio Grande em 9 de dezembro de 1904.
Foi um sindicalista, jornalista e político brasileiro, o primeiro negro
a ser eleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e a
ocupar o governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Santos foi um exemplo de
luta tenaz, em prol da cidadania, ao exercer cargos de relevância política.
Devido às dificuldades
financeiras, Carlitos - como era conhecido na infância - abandonou os estudos,
aos 12 anos de idade e empregou-se numa empresa de reparos navais, cujo nome
era Oficina Dias.
Participou intensamente do
movimento sindical ligado à legislação trabalhista, posterior à Revolução de
1930, fundando em Rio Grande o Sindicato dos Operários Metalúrgicos, do qual
foi seu primeiro Presidente e mais tarde o seu Secretário-Geral. Organizou o
Sindicato dos Operários Metalúrgicos do Rio Grande e também contribuiu para a
criação da Frente Sindicalista Gaúcha.
A vivência no meio operário despertou-lhe
a consciência política frente às desigualdades, injustiças sociais e o racismo
presentes em nossa sociedade.
Em 1935 foi eleito deputado
classista do Brasil, sendo empossado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Sul, no 1° pleito classista estadual, representando os trabalhadores da indústria
do Rio Grande do Sul.
Com a implantação do Estado
Novo (1937-1945), por Getúlio Vargas (1882-1954), foram dissolvidas as representações,
e Carlos Santos volta à sua condição de operário.
Ainda neste período, ele
também passou a colaborar com artigos nos jornais "Rio Grande" e
"O Tempo", além de assumir, também, como correspondente do
"Diário de Notícias", de Porto Alegre, e "A Noite", do Rio
de Janeiro. Posteriormente, foi chefe de redação do jornal Rio Grande. Carlos
Santos nos deixou inúmeras matérias jornalísticas, principalmente de cunho
sociopolítico e cultural.
Após uma disputa interna no
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 1958, o seu nome se torna consenso e
ele retorna, em 1959, ao seu cargo de deputado estadual. A partir de então mais
três legislações ocorreram, respectivamente, em 1963, 1967 e 1971. Estas duas
últimas no MDB.
O ano de 1967 foi auspicioso
para o nosso nobre parlamentar, pois presidiu a Assembleia Legislativa,
promulgou a Constituição do Estado, inaugurou o Palácio Farroupilha, na
Assembleia Legislativa, e assumiu, por duas vezes, o governo do Rio Grande do
Sul na ausência de Peracchi Barcellos (1907- 1986).
De 1975 a 1982, Carlos
Santos exerceu o mandato de deputado federal (MDB). Nesta fase, criou projetos
voltados às mais diversas áreas, como direitos humanos, ecologia,
aposentadoria, menores carentes e excepcionais, indústria de pesca (recebeu o
título de Pescador Honorário), ferroviários, alimentação e questões
habitacionais.
Aos 84 anos, faleceu em 8 de
maio de 1989 devido a complicações da doença de Paget.
No ano de 2004 a Praça Sete
de Setembro recebeu o busto de Carlos Santos e em 2018 ele foi homenageado
emprestando o seu nome ao Salão Nobre da Prefeitura Municipal.
Para saber mais...
Torres, Luiz Henrique.
Parlamentares Gaúchos / Carlos Santos – Trajetória Biográfica. Assembléia RS.
Porto Alegre, 2004. http://www2.al.rs.gov.br/biblioteca/LinkClick.aspx?fileticket=7Qitg9YcNp0%3D&tabid=3101&language=pt-BR
Neves, Décio Vignoli das.
Vultos do Rio Grande. Livraria Editora Pallotti. Santa Maria: 1981.
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