Carlos Guilherme Rheingantz
Nasceu em 14 de abril de
1849, em Pelotas e faleceu em 30 de maio de 1909, no Rio de Janeiro e foi filho
de Diogo Jacob Rheingantz e Maria Carolina von Fella.
Carlos foi mandado para a
Europa com oito anos para realizar estudos, como era costume à época, cuja
ênfase foram as atividades comerciais e industriais.
Ao retornar para o Brasil,
após recorrer vários países da Europa, dedica-se ao comércio em Pelotas. Em 1º
de março de 1873, casa-se com Maria Francisca de Sá.
De origem renana, foi o
fundador da Fábrica Rheingantz em sociedade com o sogro, Miguel Tito de Sá, e
com o empresário alemão Hermann Vater.
Impondo-se como pioneira no
setor têxtil no sul do Brasil, a Rheingantz ocupou o lugar de uma grande
empresa nos finais do século XIX, configurando-se num nível produtivo que
abarcava um mercado consumidor de grandes proporções, extrapolando as
fronteiras regionais.
Fundada em novembro de 1873,
a Rheingantz foi uma empresa pioneira na
produção de tecidos e panos de lã. A fábrica original funcionava nas
proximidades da praça Marcílio Dias nas esquinas da Silva Paes com Barroso. Em
1885 inaugura suas novas instalações na Cidade Nova, começando a edificação do
complexo arquitetônico hoje conhecido. Além dos prédios de produção e
administração, foi construída a Vila Operária para que os trabalhadores
morassem junto à fábrica.
O ato de inauguração foi
registrado pelo jornal Echo do Sul do dia 7 de março de 1885: “O crescente
desenvolvimento que tomou este estabelecimento aconselhou os Srs. Rheingantz e
C. a mudarem sua fábrica de tecidos de lã para o grande terreno onde se acha a
tinturaria e onde foi construído o vasto edifício, cujas obras foram
inauguradas no dia primeiro do corrente com a assistência de Suas Altezas
Imperiais”.
O projeto fabril do fundador
é apresentado nos relatos de seus descendentes como resultante de sua
experiência na Alemanha e em viagens que realizou à Inglaterra para conhecer
fábricas têxteis. No Rio Grande do Sul buscou encontrar um local propício à
instalação de uma indústria nos moldes das que havia conhecido na Europa. E a
cidade de Rio Grande foi escolhida principalmente por já possuir um porto capaz
de receber embarcações comerciais, o que facilitava a importação de
equipamentos necessários à produção têxtil. Durante as primeiras três décadas
do século XX, a empresa ampliou e aprimorou o processo de fabrico de tecidos de
lã e para tanto incentivou a vinda de estrangeiros, predominando os alemães nos
setores técnicos da empresa. Em outros setores, como carpintaria, marcenaria e
tapeçaria, os mestres eram igualmente de origem europeia, tais como italianos,
poloneses e portugueses.
Carlos Guilherme Rheingantz se faz presente, também, na comissão
provisória instaurada para a administração do município por ocasião da
proclamação da República, em 1889.
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