Bertoldo
Klinger
Bertoldo
Ritter Klinger nasceu na cidade de Rio Grande, em 1 de janeiro de 1884, filho
de Antônio Klinger e de Suzana Ritter Klinger, ambos descendentes de alemães
que migraram para o Brasil.
Bertoldo
Klinger iniciou os seus estudos básicos em dois colégios alemães e um francês,
que eram sediados na cidade de Rio Grande. Aqui residiu até 1899, quando
ingressou na então Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo do Rio Grande
do Sul. Em 1901, obteve a transferência para a Escola Militar da Praia
Vermelha, sediada na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, e lá
passou a condição de alferes-aluno até concluir seu curso, em 1903.
Em 1904,
junto com outros companheiros militares, participou da revolta contra a vacina
obrigatória, no Rio de Janeiro.
Em 1910, o
governo brasileiro recebeu oferta do governo da Alemanha para um curso de
formação para oficiais brasileiros, o qual consistia num estágio de intercâmbio
de dois anos. Klinger foi um entre os selecionados.
Com a
Revolução de 1924, foi preso sob a acusação de colaborar com os tenentes
revoltosos. A sua atuação naquele episódio é de grande controvérsia entre os
historiadores, uma vez que naquele conflito também esteve preso pelos líderes
revoltosos sob a acusação de traição ao movimento. Contudo, posteriormente,
confirmou a sua oposição ao atuar na repressão àquele movimento tenentista, que
mais tarde formaria a denominada a Coluna Prestes.
Em 1930, foi
contra o movimento que visava à deposição do Presidente da República Washington
Luís, embora tivesse contatos com elementos da Aliança Liberal, que articulavam
esse objetivo. Porém, com a Revolução de 1930, ocorrida em outubro daquele ano,
acabou por integrar o grupo de militares e a atuar ativamente naquele Golpe de
Estado.
Em 1932, já
distante do grupo político que apoiava o governo provisório, se uniu aos grupos
que conspiravam contra o Governo de Vargas.
Foi então
escolhido para exercer o Comando Supremo do denominado Exército
Constitucionalista. Essa revolta foi, por ele, precipitada em 9 de julho de
1932, devido a uma carta propositalmente ofensiva que enviou ao recém-nomeado
ministro da guerra, general Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso. Como resultado, foi posto para a reserva compulsoriamente,
por meio de uma reforma administrativa, o que sinalizou ao governo provisório a
intenção da deflagração do levante que até então vinha sendo apenas conspirado.
Ao fim de
setembro de 1932, com o fracasso do levante no Rio Grande do Sul, pelos
rebeldes liderados por Borges de Medeiros, e quando evidente a impossibilidade
de prosseguimento dos combates em São Paulo por falta de recursos militares,
propôs o armistício ao governo federal visando negociações para o fim
definitivo do conflito. Findo o conflito em 2 de outubro de 1932, foi preso e
enviado para exílio em Portugal, em novembro daquele ano. Porém, em 1934,
recebeu anistia e retornou ao Brasil.
Foi
readmitido pelo Exército Brasileiro somente em 1947, com a redemocratização do
país, mas passando em seguida para a reserva como general de Exército.
Faleceu na
cidade do Rio de Janeiro, em 31 de janeiro de 1969, sendo sepultado no
cemitério de Inhaúma.
Para saber mais:
Neves, Décio
Vignoli das Neves. Vultos de Rio Grande. 3º Tomo. Rio Grande, 1987.
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