SOBRADO DOS AZULEJOS
O Sobrado dos Azulejos foi
construído em 1862 por Antônio Benone Martins Viena, originalmente com função
residencial. A partir de 1899 passou a ser utilizado como sede de uma das
filiais do London and Brazilian Bank Ltda. Em 1938 foi adquirido por Luiz Angelo
Loréa, que passou a residir do local com a família.
Prédio de esquina assobradado,
revestido de azulejos portugueses, técnica muito utilizada nas cidades
litorâneas, é um dos poucos exemplares que restaram no Estado. Os beirais
originais teriam sido substituídos por platibandas, de acordo com o Novo Código
de Posturas do Município, de 1903, que passou a exigir calhas e dutos pluviais
embutidos nas paredes. Posteriormente foram feitas intervenções que
descaracterizaram a sua arquitetura, como a subdivisão do andar superior com
divisórias de madeira, para cômodos de aluguel, e a utilização do térreo como
botequim. Com o tempo, a desocupação e o abandono, acentuou-se a deterioração
do imóvel, que passou a apresentar graves problemas de infiltrações, com a degradação
da cobertura, dos elementos internos e dos azulejos da fachada. Estes
apresentavam um processo acelerado de perda do vidrado, necessitando de
intervenções restauradoras. Nos últimos tempos, o prédio estava desocupado e
abandonado.
Em 1998 o sobrado foi adquirido
pela APAHC - Associação Pró-Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e
Cultural do Rio Grande. As obras de restauração ocorreram em 2000 e 2001,
através do Sistema LIC/SEDAC - Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da
Refinaria de Petróleo Ipiranga. A primeira parte das obras incluiu a
recuperação da cobertura, dos entrepisos e dos rebocos. Na segunda etapa, as
intervenções nos azulejos incluíram sua dessalinização e a fixação e proteção
do vidrado (parte colorida). Parte dos azulejos foi recuperada, e parte foi
substituída por azulejos novos, importados de Portugal, do mesmo local de
proveniência dos azulejos originais.
Fontes: Processo de tombamento e
arquivos IPHAE
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