BENTO GONÇALVES
Bento
Gonçalves da Silva era filho do alferes português Joaquim Gonçalves da Silva e
de Perpétua da Costa Meirelles. Nascido a 23 de setembro de 1788, os pais
haviam planejado o futuro do filho ligado à igreja, definindo a ele uma suposta
vocação para membro do Clero. Bento Gonçalves fugiu ao destino assumindo a
liderança de um movimento que convulsionou a Província durante uma década.
Antes da Revolução Farroupilha, transitou como militar e estancieiro na
fronteira entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul, casando-se com a uruguaia
Caetana Garcia em 1814, estabelecendo-se na Banda Oriental e se dedicando a atividade
de estancieiro. Participou das Campanhas da Cisplatina, nas guerras entre
Uruguai, Argentina e Brasil, tornando-se coronel de Estado Maior e assumindo o
comando da fronteira e dos Guardas Nacionais no comando do 4° Regimento de
Cavalaria de Linha. Provavelmente já era maçom nessa época, pois consta que
organizou várias lojas maçônicas em cidades da fronteira. Em 1834 foi acusado
de conspirar contra o Império sendo absolvido no Rio de Janeiro, mas perdendo o
comando militar. Foi eleito Deputado provincial em 1835. Em 20 de abril de
1835, na sessão de instalação da Assembléia Provincial, é acusado de articular
a separação do Rio Grande do Sul do restante do Império. Liderou os
separatistas na Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos
- 1835/1845. Raros registros no Jornal O Noticiador assinalam a popularidade
que Bento Gonçalves da Silva tinha na então Vila do Rio Grande de São Pedro.
Este jornal acompanhou a passagem do Coronel pela localidade buscando no Porto
do Rio Grande a embarcação que o levaria até o Rio de Janeiro. Um pouco menos
de dois anos após esta passagem por Rio Grande eclodiria a Revolução
Farroupilha e o papel de Bento Gonçalves foi fundamental nos rumos do
movimento. Foi preso em combate e posteriormente escapou da prisão na Bahia,
assumindo o cargo de presidente da República Rio-grandense. Foi um dos generais
farroupilhas afastando-se em 1844 do cenário revolucionário. Embora tenha
iniciado as negociações de paz com Caxias, em agosto do mesmo ano, Bento não
iria concluí-las. O clima de divisão entre os farrapos continuava, e ele foi
afastado das negociações pelo grupo que se lhe opunha. Desligou-se, então,
definitivamente da vida pública. O rico estancieiro, no início do conflito,
ficou empobrecido pela guerra civil, falecendo em Pedras Brancas, de pleurisia,
em 18 de julho de 1847, deixando a viúva e oito filhos. Seu nome foi dado a uma rua
e a uma escola em nossa cidade. Seus restos mortais foram doados a Intendência
Municipal do Rio Grande, por um de seus filhos, no ano de 1899. O
monumento-túmulo erigido no centro da Praça Tamandaré, é de autoria do
português Teixeira Lopes, e sua inauguração ocorreu em 20 de setembro de 1909.
Para saber mais...
http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/2178/JuarezFuaoHist
oria.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Juarez Rodrigues Fuão – A construção da
memória – os monumentos de Bento Gonçalves e José Artigas.
http://historiaehistoriografiadors.blogspot.com/search?q=bento+gon%C3%A7alves.
Luiz Henrique Torres – Bento Gonçalves da Silva em Rio Grande TORRES, Luiz
Henrique. Os Leões da Praça Tamandaré: história da Geribanda e do monumento a
Bento Gonçalves da Silva. Rio Grande: Pluscom, 2016.
https://www.ebiografia.com/bento_goncalves/ https://www.sohistoria.com.br/biografias/bentogoncalves/
https://www.historiadobrasil.net/resumos/bento_goncalves.htm
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