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quinta-feira, 1 de agosto de 2019
NOSSA CULTURA
Mercado Público Municipal
O primeiro Mercado Público conhecido em Rio Grande foi uma espécie de feira.
Saint Hilaire, que aqui esteve em 1820, assim se referiu ao Mercado Público: em uma rua do Rio Grande existe um pequeno mercado (quitanda), onde negros acocorados vendem hortaliças e grande quantidade de frutas.
Visando melhorar o atendimento ao público, o Dr. Saturnino de Souza Oliveira, então Presidente da Província do Rio Grande, em 1841, ordenou a construção do Mercado Público do Rio Grande.
A construção do Mercado em estilo neoclássico teve início em 1.863, aproximadamente, e foi construído em quatro etapas, custando 3.620 Réis. Cada etapa acontecia de acordo com o crescimento do movimento.
A parte interna do Mercado funcionava como uma Ágora grega, com elegantes quiosques e pequenos pavilhões adequados ao comércio de frutas e legumes.
Ao longo de sua existência o Mercado passou por várias reformas. A sua última grande reforma foi solicitada em 1903, porém devido a grande dificuldade financeira só foi acontecer em 1940, quando um barracão de madeira abrigou os comerciantes ao lado da Banca do Peixe.
A reforma durou 19 longos anos, em 1959 o Mercado foi entregue novamente à população.
A parte interna do Mercado que funcionava como praça de comércio livre, deu lugar a construção de chalés com fechamento total da cobertura.
Felizmente ao longo de todas as reformas, foram deixados vestígios originais na edificação e em acervo, como pilastras, cunhais, frontões retilíneos, soleiras de pedra, esquadrias, cimalhas; possibilitando a qualquer momento, o resgate de suas características originais.
Em forma prismática de predominância horizontal e ocupando quarteirão inteiro, a edificação desenvolve-se no alinhamento predial nas. quatro testadas, com dois corredores centrais.
Possui estrutura portante em alvenaria de tijolos de barro, cobertura em telhas de barro tipo canal e abóbodas de tijolo armado, processo de grande importância histórica na evolução da tecnologia da construção civil, por ter sido um sistema pouco conhecido e utilizado na época, nesta região.
Suas fachadas simétricas, são ritmadas pela sequência de aberturas, portas de madeira duas folhas com postigo e bandeiras fixas em leque com vergas em arco pleno.
Os quatro acessos ao interior do mercado são marcados por portadas com ombreiras e vergas em arco pleno de pedra, bandeiras e portões duas folhas em aço forjado.
Os pisos são em ladrilho hidráulico.
Localizado entre a Laguna dos Patos, a Praça Xavier Ferrreira, a Banca do Peixe, a Doca e a Câmara do Comércio em conjunto com a Biblioteca Rio-Grandense, o Antigo Quartel General (tombamento estadual), a Prefeitura Municipal (tombamento estadual), a Capela de São Francisco (tombamento federal) e a Alfândega (tombamento federal). formam o Sítio Histórico mais representativo de sua época no estado.
Bibliografia:
Prof. Dr. Luiz Henrique Torres, Chefe do Departamento de Biblioteconomia e História da Furg -redação “A construção do Mercado Público II”. Publicada no jornal O Peixeiro.
Mercado Público Municipal da Cidade do Rio Grande, Projeto de Restauração - Arquiteto Silvio Moscoso Soares.
Mercado Público Municipal - texto da Engª Rúbia Mara da Silva Rodrigues. Inventário de Proteção do acervo cultural - IPAC.
Inventário do Patrimônio Histórico Cultural do Rio Grande do Sul - Município do Rio Grande, acervo 0007.
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